De acordo com os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil atualmente é o 4º pais em número de acidentes ocupacionais fatais. Por esta razão, no Dia Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho, sindicalistas e especialistas da área de segurança chamaram a devida atenção para a falta do conhecimento dos Brasileiros sobre esse tema emergente. A Previdência Social calcula que ocorre aproximadamente uma morte a cada 3,5 horas de jornada diária. Os gatos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decorrentes do número faraônico de problemas com acidentes de trabalho já excederam os R$ 14 bilhões por ano.
Existe ainda outra razão pela qual as empresas devam direcionar sua atenção com esmero a segurança de seus funcionários no ambiente de trabalho, é que a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com 163 ações regressivas, visando o ressarcimento das despesas previdenciárias oriundas de acidentes ocupacionais em empresas que negligenciaram as normas de segurança do trabalho. A expectativa de ressarcimento com as ações é de R$ 39 milhões.
Para se ter uma idéia, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na justiça, decisão que obriga uma empresa de supermercados a devolver aos cofres públicos pensão paga pelo Instituto Nacional de seguridade social (INSS) à família de um funcionário que morreu enquanto manuseava um compactador de lixo orgânico mal instalado. Diante da irresponsabilidade que não ofereceu suporte e segurança necessários ao trabalho, o INSS será ressarcido em R$ 655 mil.
O procurador federal Fabio Munhoz, afirma que a búsilis do problema é o fato que as empresas investem demasiado pouco em segurança no trabalho e equipamentos adequados para garantir a segurança de seus funcionários. “Fazemos o ajuizamento coletivo para chamar a atenção da importância do cumprimento das normas de seguranças”.
“Quando ocorre o óbito não é cobrado só o que a família recebeu, mas o que ela teria direito nos ganhos desse trabalhador”, diz. “Esse tipo de ação não é barata, custa cerca de R$ 400 mil ao empregador”. Ele ainda complementa dizendo: “Então, é muito mais viável investir para evitar esse tipo de situação”.
Opinião do Sindicato:
O sindicato diz que a ausência de treinamento nas empresas é o Motivo-Chave do problema. Quando o assunto é a redução de acidentes, os sindicalistas se apegam ao argumento de que as longas jornadas de trabalho são inversamente desproporcionais ao tempo gasto com treinamentos sobre o uso do maquinário. As conseqüências por essa falta de treinamento podem ser exemplificadas pelas ocorrências de acidentes no Grande ABC Paulista (Região Tradicionalmente Industrial do Estado de São Paulo) devido à constante troca de funcionários numa mesma função – sem treinamento.
O presidente do sindicato dos metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha diz: “Eles chegam sem conhecer a função, sem ter treinamento para operar a máquina e acabam sofrendo acidentes graves, que resultam até na perda de membros. Temos discutido muito isso com as empresas”. Ele acrescenta “Temos também orientado melhor os profissionais responsáveis pela segurança. Afinal, eles fazem a diferença na hora que algo errado acontece”.
Fonte: Diário do grande ABC.
Noticia divulgada no dia 2904/2011